EFEITOS DO BELO
São dois: o sentimento estético e o juízo estético.
O sentimento estético é a emoção agradável. Misto de prazer e surpresa, produzida em nós face à obra de arte.
O juízo estético é conforme Croce, “a atividade crítica que reconhece o Belo”. O juízo estético é o mesmo que o gosto.
Há uma educação do gosto, e aquela sentença famosa que afirma não discutir sobre gostos, é somente válida no âmbito de conversas despretensiosas e rotineiras.
A educação do gosto é possível pelo estudo da Estética, que é a base teórica e filosófica do Belo, e pela apreciação das obras de valor artístico, que sedimenta na prática, o aperfeiçoamento do gosto.
Há dois tipos de gostos: o individual ou subjetivo e o universal ou objetivo, decorrentes da objetividade e subjetividade do Belo.
Hegel, nas últimas trinta páginas de sua “Estética” provou a improcedência do de gustibus non disputandum (o gosto não se discute).
Já bem antes de Kant, havia a antinomia fundamental entre o gosto particular e o gosto universal.
Pelo estudo aprimora-se o gosto individual. São de Amoroso Lima: “No caso, o gosto, dom de uns e falhas em outros, tão raros nos críticos, quanto o gênio nos poetas, como dizia Pope. Mas o gosto pode ser suprido por outras qualidades — como a curiosidade, segundo Aristóteles, ou o espanto, segundo Platão. Basta-lhe um mínimo de partida, um ponto de apoio inicial. Tudo mais é fruto de educação e conivência. Se há qualidade sobre a qual tenha efeito aquele sentimento, considerado por Tarde, como básico da vida social — a imitação —, é sem dúvida o gosto. Dificilmente não melhora o nosso mau gosto se vivermos entre homens de bom gosto. É mesmo frequente vermos nascer em nós o gosto artístico, apenas virtual em nosso subconsciente, se procurarmos despertá-lo. A vontade e a convivência influem enormemente no despertar e no melhorar do nosso gosto. Podemos e devemos educar em nós o gosto estético”.
O trecho está no livro de TAVARES, Hênio. Teoria Literária. Belo Horizonte: Itatiaia, 2002, p. 13).
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