Noel Rosa não gostava de sol
O cantor e compositor da MPB Noel Rosa (RJ, 11 de dezembro de 1910 - RJ, 4 de maio de 1937) não tomava sol (que sintetiza a vitamina D no organismo) e isso lhe
causou uma tuberculose. Foi tratar a doença em Minhas Gerais e de volta ao Rio, ao se
sentir bem melhor, parou com as medicações, e jurou estar curado. Entretanto, poucos dias depois adoeceu fortemente, por conta da noite boêmia, não conseguindo mais
se alimentar e nem levantar da cama, e faleceu repentinamente em sua
casa, no bairro de Vila Isabel no ano de 1937, aos 26 anos. Seu corpo
encontra-se sepultado no cemitério do Caju, no Rio de Janeiro. Deixou mais de 200 canções.
Eis seu reclame do sol citado
em quatro canções: em “Conversa de botequim” e “Feitiço da Vila” (essas duas em parceria
com o pianista Vadico; em Tarzã, o filho do alfaiate (em parceria com Ismael Silva) e em Fita amarela (musica e letra sua):
“Seu
garçom, faça o favor de me trazer depressa
Uma boa média que não seja requentada
Um pão bem quente com manteiga à beça
Um guardanapo e um copo d’água bem gelada
Feche a porta da direita com muito cuidado
Que não estou disposto a ficar exposto ao sol
Vá perguntar ao seu freguês do lado
Qual foi o resultado do futebol
Uma boa média que não seja requentada
Um pão bem quente com manteiga à beça
Um guardanapo e um copo d’água bem gelada
Feche a porta da direita com muito cuidado
Que não estou disposto a ficar exposto ao sol
Vá perguntar ao seu freguês do lado
Qual foi o resultado do futebol
“... O sol da Vila é triste
Samba não assiste
Porque a gente implora
Sol, pelo amor de Deus
não vem agora
que as morenas
vão logo embora...”
“Quem foi que disse que eu era forte?
Nunca pratiquei esporte, nem conheço futebol...
O meu parceiro sempre foi o travesseiro
E eu passo o ano inteiro sem ver um raio de sol”
“Quero que o sol, não invada o meu caixão
Para a minha pobre alma não morrer de insolação
Quando eu morrer, não quero choro nem vela
Quero uma fita amarela gravada com o nome dela”
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